Noticias de Patrimônio Histórico de Parnaíba Piauí
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Estação de Floriópolis
Em Parnaíba, o trem de ferro, durante sessenta anos, de 1922 a 1982, fez parte do cotidiano do povo parnaibano, acompanhou o crescimento da cidade e marcou profundamente a população, que usufruiu seus serviços aos domingos em direção à praia, à festa de Bom Jesus dos Navegantes, às férias em Amarração, ao transporte de alimentos de outras localidades vizinhas, a exemplo de Frecheiras e Cocal."Apesar de localizada próxima ao conjunto residencial Jardim Vitória, portanto fora dos limites do Centro Histórico de Parnaíba, a Estação Floriópolis merece ser destacada, pois é a representação dos anos áureos do transporte ferroviário no estado do Piauí. Ela integrou a E.F. Central do Piauí e foi construída na primeira década do século XX para servir de ponto de embarque no trecho Parnaíba-Luis Correia. Dezenas de trabalhadores da EFCP abriram caminho para o mar e auxiliaram na construção da ponte sobre o Rio Portinho, que ligava as duas cidades. Floriópolis foi uma das mais antigas e movimentadas estações da região e apresentava, além do prédio de embarque,uma Casa de Turma, que era o local de trabalho e alojamento dos funcionários.
Praça Santo Antônio
A Praça Santo Antônio integra o sítio histórico arquitetônico de Parnaíba, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Uma das mais antigas praças da cidade é um logradouro público que chama a atenção por ser bastante arborizada, abrigando ainda importantes marcos como o Monumento do Centenário da Cidade (1844-1944) o Centro Cívico, onde acontecem desfiles e outras solenidades cívicas. O conjunto da praça apresenta ainda o tradicional Colégio das Irmãs e a igreja de Santo Antônio.
Curiosidades
Um fato curioso é o da existência de um túnel na igreja de Nossa Senhora da Graça, onde eram colocados pelos fiéis os objetos e valores doados à igreja por ocasião das missas. O túnel ainda existe, mas não se consegue chegar ao seu final e pouco se sabe dos destinos das doações. Segundo Giovanni Barros, entusiasta e pesquisador da história de Parnaíba, foi por interferência de Simplício Dias que se criou a Alfândega de Parnaíba, evitando a passagem dos produtos importados pela de São Luís. O coronel, como gostava de ser chamado, também foi agraciado pela realeza de Portugal, com o título de Fidalgo Cavalheiro da Casa Real, e recebeu o Hábito da Ordem de Cristo por suas ações filantrópicas desde quando era ainda jovem. O Imperador do Brasil, D. Pedro I, em razão da participação de Simplício no movimento pela independência do Piauí, condecorou-o com a Imperial Ordem do Cruzeiro e o nomeou primeiro Presidente da Província do Piauí.
“As lendas a seu respeito só apregoam o lado ruim do homem”, afirma o pesquisador. “Apontam-no como portador de conduta e caráter duvidosos, muito perverso, envolvido em atos de crueldades absurdos, impossíveis de acreditar”.
Uma dessas lendas conta que o coronel ordenou que fossem jogadas pessoas vivas às feras que mantinha num covil situado a poucos metros de onde morava.
Outra lenda dá conta de que, em suas viagens pelo rio Parnaíba, a bordo de seus vapores, acostava nos lugarejos e recolhia dos produtores e comerciantes aquilo do seu interesse, coagindo-os a que lhe vendessem a preço vil. “São coisas da imaginação popular, partidas não se sabe de quem, atingindo em cheio e de forma deprimente a figura do homem mais rico e poderoso que viveu na Parnaíba do final do século XVIII até princípios do século XIX”, concluiu Giovanni Barros.
Igreja Nossa Senhora do Rosário
A Igreja do Rosário é uma das mais antigas de Parnaíba. Deve-se ao seu nome a denominação de Largo do Rosário a um dos jardins da antiga Praça da Graça (antes da reforma de 1982).Construída por escravos no século XVIII, mandado por Domingos Dias da Silva, sua construção teve por objetivo servir de local para celebração dos escravos, que não podiam entrar na igreja de Nossa Senhora das Graças, a padroeira da igreja é Nossa Senhora do Rosário dos Homens Negros.
Localiza-se na mesma praça que a igreja de Nossa Senhora das Graças, a poucos metros uma da outra, é um dos traços peculiares de Parnaíba, e para entendê-lo levamos em consideração um tempo em que o homem negro mantinha-se subjugado às ordens de um senhor branco, assim, poderemos compreender que tais igrejas, embora pertencentes ao um mesmo culto, dividia os homens, sendo os brancos na de Nossa Senhora da Graça, e os negros na do Rosário.
Sua fachada é bem simples, sem detalhamento, e possui uma única porta, tendo sido outras duas fechadas ainda no século XIX. Foi sede a inúmeras associações religiosas, a citar: Arquiconfraria do Rosário; Confraria de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro; Associação das Filhas de Maria Rosaristas, dentre outras.
Segundo informações de Giovanni Barros, entusiasta e pesquisador da história de Parnaíba, uma antiga reforma na igreja do Rosário desenterrou uma dessas faces do horror: foram encontrados os ossos de uma pessoa acorrentada, que se supõe sejam de um escravo ou talvez de um criminoso condenado. Supõe-se, até, que o corpo tenha sido enterrado vivo!
“Muitas outras ossadas foram ali encontradas, não se sabe se pelo mesmo motivo ou por se tratar de um cemitério”, afirma o pesquisador.
domingo, 14 de dezembro de 2014
Sobrado de Dona Auta
Um dos mais antigos da cidade. Localizado na rua Duque de Caxias com São Vicente de Paula, conserva ainda o típico aspecto colonial, data do século XVIII. A fachada apresenta beiral e seis janelas com sacada de ferro. Foi casa residencial, Capitania dos Portos; e em 1918 serviu de Sede do Banco do Brasil, 1ª Casa Creditória da cidade. Ali funcionou também o Grupo Escolar Miranda Osório. O Sobrado de Dona Auta encerra uma lenda e várias versões. Pertenceu a uma Dama da sociedade, que viveu um grande sonho de amor. Amou perdidamente um imigrante europeu e, com sua partida, viu o seu sonho frustrado. Sabe-se que ela era linda e elegante e que a partir dessa desilusão não mais saiu de casa, ficando reclusa a uma pequena saleta que mandara construir no alto do prédio para que pudesse admirar o panorama da cidade. Em outra versão admite-se ser D. Auta uma ex-escrava do Capitão Francisco José Castelo Branco, linda mulata que se enamorou de um imigrante europeu e dele recebeu atenções e este lendário sobrado.
Ainda presume-se, segundo pesquisas, que D. Auta foi à primeira esposa de Francisco José Castelo Branco, dono do velho sobrado. Atualmente funciona Instituto Histórico Geográfico e Genealógico de Parnaíba (IHGGP).
O Casarão dos azulejos
Situado à Avenida Presidente Vargas, lateral com a ponte Simplício Dias, data do final do século XVIII, apresenta uma construção sólida, fachada de azulejo azul, de janelas com sacadas de ferro. Foi residência de Raimundo Madeira Brandão, casado com a primeira poetisa Piauiense, D. Luíza Amélia Queiroz Brandão que deixou uma poesia onde externou o desejo de ser sepultada à sombra de um Gameleiro, árvore leitosa de florestas nativa. Apesar de não ser atendido o seu desejo, sobre o seu túmulo, no Cemitério da Igualdade, nasceu um frondoso Gameleiro que permanece até hoje. Este Sobrado, também, já serviu de Prefeitura Municipal e foi o Clube do Trabalhador.A Liga Parnaibana de Futebol, nos anos 60, quando seu Presidente era Gennes Rocha, também funcionou nesse lindo Casarão, bem nesse canto, no primeiro andar. Atualmente funciona um colégio particular, o Colégio Dez, que é muito bem administrado pela professora Rossana Souza e o prédio é bem cuidado.
sábado, 13 de dezembro de 2014
Porto das Barcas
A origem da Cidade de Parnaíba está diretamente ligada à localidade do Porto das Barcas. Situado às Margens do Rio Igaraçu, braço do Rio Parnaíba, o Porto fica à direita da ponte que liga a cidade à Ilha Grande de Santa Isabel.
Em 1758, passou a funcionar no local uma Charqueada de propriedade do português Domingos Dias da Silva que, com seus companheiros, iniciou na região as atividades agrícolas e comercial. Através dos navios de sua propriedade, faziam o comércio de importação e exportação com outros estados do Brasil e com países da Europa, notadamente, Portugal e Espanha.
O negócio comercial expandiu-se rapidamente e o local da Charqueada passou a ser denominado Porto das Barcas (devido à grande movimentação de embarcações), que oferecia melhores condições para o assentamento da nova vila.
m 1761 foi criada a Vila de São João da Parnaíba, posteriormente transferido do lugar Testa Branca, primeira sede, para o Porto das Barcas. O Porto, marco da fundação da cidade, continuou a desempenhar papel preponderante na economia da região, sendo construídos imensos armazéns utilizados para estocagem de mercadorias importadas e para exportação, destacando-se as transações comerciais com Portugal, Espanha, Inglaterra e Alemanha.
A restauração do Porto das Barcas contribuiu para fazer reviver os bons tempos de sua movimentação. Onde antigamente estava a base da economia da cidade, hoje se respira cultura e preservação, ao mesmo tempo em que se pode dispor de área de lazer e turística.
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